Alentejo
Cai a semente na terra, sorve a água,
Brota a Vida!
Rompe a casca, sobe, respira a Luz,
Comedida…
Cresce, comprida e sadia
Vestindo-se de verde esperança
Bamboleando ao vento
Sem passos de dança…
E rodeia-se de irmãs
Na multidão envolvente
Respirando sôfrega
Aquele ar tão quente…
Chegado o estio, amadurece
Cobre o seu corpo de dourado
Sorri e envaidece
Com um suspiro enamorado
Murmura o vento Suão
Num trautear bucólico
Melodias de verão
Em tom melancólico
Casaco de montes
Saia de cerca aramada
Que fazendo pontes
A deixam ladeada
Cresce a planície dourada
Onde o sol se vai mostrando
Leito da semente pousada
Que em seara se foi formando
25-09-2013